QUESTÕES SEGUNDO ANO FILOSOFIA 2019
1)
(Puccamp)
Preparando seu livro sobre o imperador Adriano, Marguerite Yourcenar encontrou
numa carta de Flaubert esta frase: "Quando os deuses tinham deixado de
existir e o Cristo ainda não viera, houve um momento único na história, entre
Cícero e Marco Aurélio, em que o homem ficou sozinho". Os deuses pagãos
nunca deixaram de existir, mesmo com o triunfo cristão, e Roma não era o mundo,
mas no breve momento de solidão flagrado por Flaubert o homem ocidental se viu
livre da metafísica - e não gostou, claro. Quem quer ficar sozinho num mundo
que não domina e mal compreende, sem o apoio e o consolo de uma teologia,
qualquer teologia? (Luiz Fernando Veríssimo. Banquete com os deuses)
A
compreensão do mundo por meio da religião é uma disposição que traduz o
pensamento medieval, cujo pressuposto é
a)
o antropocentrismo: a valorização do homem como centro do Universo e a crença
no caráter divino da natureza humana.
b)
a escolástica: a busca da salvação através do conhecimento da filosofia
clássica e da assimilação do paganismo.
c)
o panteísmo: a defesa da convivência harmônica de fé e razão, uma vez que o
Universo, infinito, é parte da substância divina.
d)
o positivismo: submissão do homem aos dogmas instituídos pela Igreja e não
questionamento das leis divinas.
e)
o teocentrismo: concepção predominante na produção intelectual e artística
medieval, que considera Deus o centro do Universo
2)
(Faap)
A doutrina de Platão influenciou os primeiros filósofos medievais, Santo
Agostinho, bispo de Hipona (354 a 430) e Boécio (480 a 524), autores de
"Confissões" e "Consolação da Filosofia", respectivamente.
Mas a Filosofia que predominou na Idade Média foi a:
a)
Sofística
b)
Epicurista
c)
Escolástica
d)
Existencialista
e)
Fenomenológica
3)
Dentre
as obras do filósofo escolástico São Tomás de Aquino, aquela que se tornou mais
famosa, na qual são tratados todos os temas de ordem teológica e filosófica,
desde as provas para existência de Deus, a criação do mundo e do homem até
discussões sobre as virtudes, a ética e a política, é:
a)
Suma Contra os Gentios.
b)
Tractatus Lógico-Filosófico.
c)
Crítica da Razão Pura
d)
Suma Teológica
e)
A Cidade de Deus
4)
Santo
Agostinho de Hipona (cidade africana) foi o mais importante filósofo da Alta
Idade Média. Além de filósofo e teólogo, Agostinho também exercia uma função
eclesiástica na cidade citada. Qual função era essa?
a)
Cônsul
b)
Cardeal
c)
Bispo
d)
Pároco
e)
Delegado
5)
(Cesgranrio)
A Revolução Científica, ocorrida na Europa Moderna entre os séculos XVI e XVII,
caracterizou-se por:
a)
acentuar o espírito crítico do homem através do desenvolvimento da ciência
experimental.
b)
reforçar as concepções antinaturalistas surgidas nos primórdios do
Renascimento.
c)
comprovar a tese de um universo geocêntrico contrária à explicação tradicional
aceita pela Igreja Medieval.
d)
negar os valores humanistas, fortalecendo assim as ideias racionalistas.
e)
confirmar os fundamentos lógicos e empiristas da filosofia escolástica em sua
crítica aos dogmas católicos medievais.
6)
(Puccamp)
[Modificada] Leia o texto abaixo:
As
ordens já são mandadas, já se apressam os meirinhos. Entram por salas e
alcovas, relatam roupas e livros: (...) Compêndios e dicionários, e tratados
eruditos sobre povos, sobre reinos, sobre invenções e Concílios...E as
sugestões perigosas da França e Estados Unidos, Mably, Voltaire e outros
tantos, que são todos libertinos...
(Cecília Meireles, Romance XLVII ou Dos sequestros.
"Romanceiro da Inconfidência")
A
referência compêndios, dicionários e tratados eruditos no século XVIII nos
sugere uma clara valorização do conhecimento científico, postura que também se
verifica no período conhecido como Renascimento. Contribuíram para eclosão
deste amplo movimento cultural na Europa:
a)
a unificação da Itália e o enfraquecimento da Igreja católica.
b)
as descobertas científicas e a revolução industrial na Inglaterra.
c)
o fortalecimento das burguesias e o desenvolvimento dos centros urbanos.
d)
a Contrarreforma e a fragmentação do poder político dos soberanos.
e)
a expansão marítima e a hegemonia árabe na península ibérica.
7)
“Resta-me
ainda falar de Kepler, cuja obra tampouco é inteiramente científica, sendo
profundamente inspirada pela ideia de harmonia, pela ideia de que Deus
organizou o mundo segundo leis de harmonia matemática. Para Kepler, essa é a
chave da estrutura do Universo. Quanto aos respectivos lugares que atribui ao
Sol e à Terra, ele é, bem entendido, copernicano, pela mesma razão de
Copérnico: para ele, o Sol representa Deus; é o Deus visível do Universo,
símbolo do Deus criador, que se exprime no Universo criado; e é por isso que é
preciso que ele esteja no centro.” (KOYRE, Alexandre. “As etapas da cosmologia
científica”. In: Estudos de História do Pensamento Científico. Rio de Janeiro:
Forense Universitária, 1991, p. 88.)
Com
base no texto, assinale a alternativa correta:
a)
O historiador da ciência Alexandre Koyrè assinala que o astrônomo Kepler, um
dos principais personagens do Renascimento Científico, era ainda um mau
cientista por acreditar, como Copérnico, que Deus havia organizado o Universo.
b)
Kepler, segundo Koyrè, deu uma explicação cosmológica (explicação que vai além
da descoberta científica por meio de experimentos) para o Universo, que estava
de acordo com preceitos filosóficos e teológicos cristãos.
c)
Com a expressão “cuja obra tampouco é inteiramente científica”, Koyré aponta a
presença perniciosa da harmonia matemática na obra de Kepler.
d)
O desenvolvimento da ciência moderna, da qual Kepler fez parte, dependeu
exclusivamente do resgate da tradição grega durante o Renascimento.
e)
As descobertas científicas se davam e ainda se dão por meio da observação e da
experimentação, porém as explicações cosmológicas hoje em dia são inteiramente
dispensáveis.
8)
O
desenvolvimento da ciência moderna experimental, nos séculos XVI e XVII,
ocasionou aquilo que Max Weber denominou “desencantamento do mundo”, processo
que, a longo prazo, invalidou as explicações fantásticas e mitológicas sobre
fenômenos naturais, pestes, epidemias etc. e as substituiu por explicações
racionais e prováveis experimentalmente. Um dos efeitos deste “desencantamento
do mundo” foi:
a)
o retardamento do progresso tecnológico no século XVIII.
b)
a expansão da cosmovisão muçulmana nas nações europeias.
c)
o atraso do desenvolvimento urbano europeu.
d)
a proliferação de epidemias como cólera e leptospirose.
e)
o desenvolvimento tecnológico industrial, seguido do processo de higienização
das cidades, bem como crescimento urbano e populacional da Europa.
9)
(UEL)
“Toda cidade [polis], portanto, existe naturalmente, da mesma forma que as
primeiras comunidades; aquela é o estágio final destas, pois a natureza de uma
coisa é seu estágio final. (...) Estas considerações deixam claro que a cidade
é uma criação natural, e que o homem é por natureza um animal social, e um
homem que por natureza, e não por mero acidente, não fizesse parte de cidade
alguma, seria desprezível ou estaria acima da humanidade”. ARISTÓTELES.
Política. 3. ed. Trad. De Mário da Gama Kuri. Brasília: Ed. Universidade de
Brasília, 1997. p. 15.)
De
acordo com o texto de Aristóteles, é correto afirmar que a polis:
a)
É instituída por uma convenção entre os homens.
b)
Existe por natureza e é da natureza humana buscar a vida em sociedade.
c)
Passa a existir por um ato de vontade dos deuses, alheia à vontade humana.
d)
É estabelecida pela vontade arbitrária de um déspota.
e)
É fundada na razão, que estabelece as leis que a ordenam.
10)
(UEL)
“O direito de natureza, a que os autores geralmente chamam de jus naturale, é a
liberdade que cada homem possui de usar seu próprio poder, da maneira que
quiser, para a preservação de sua própria natureza, ou seja, de sua vida; e consequentemente
de fazer tudo aquilo que seu próprio julgamento e razão lhe indiquem como meios
adequados a esse fim.” (HOBBES,
Thomas. Leviatã. Trad. João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São
Paulo: Abril Cultural, 1974).
Com
base no texto e nos conhecimentos sobre o Estado de natureza em Hobbes,
considere as afirmativas a seguir.
I.
Todos os homens são igualmente vulneráveis à violência diante da ausência de
uma autoridade soberana que detenha o uso da força.
II.
Em cada ser humano há um egoísmo na busca de seus interesses pessoais a fim de
manter a própria sobrevivência.
III.
A competição e o desejo de fama passam a existir nos homens quando abandonam o
Estado de natureza e ingressam no Estado social.
IV.
O homem é naturalmente um ser social, o que lhe garante uma vida harmônica
entre seus pares.
Estão
corretas apenas as afirmativas:
a)
I e II.
b)
I e IV.
c)
III e IV.
d)
I, II e III.
e)
II, III e IV.
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